Olá a todos os leitores, aproveito este post para mostrar algumas das minhas aves com a muda praticamente terminada. Estes serão algumas das aves que participar nas exposições que se avizinham.
Desejo boa sorte a todos os colegas e criadores que participarão em exposições
terça-feira, 24 de setembro de 2013
O USO DO INTENSO NA CRIAÇÃO DE GLOSTERS
Para criar glosters segundo o standart, e ganhar exposições,
devemos inevitavelmente recorrer a pássaros nevados. Ao fazermos um casal
devemos ter em atenção acasalar em nevado x nevado para garantirmos uma boa
forma do corpo, assim como a forma da cabeça e sobrancelhas.
Um criador de gloster não pode recorrer todos os anos, ao
acasalamento de intenso x nevado, caso contrário perderá forma e permanecerá
com pássaros com pequenas cabeças, sem pescoço, pequenos de tamanho, plumagem
apertada, ou seja um pássaro com semelhanças ao Fife fancy.
Devemos estar atentos a estes dois pontos importantes:
1.
Não
fazer ano após ano nevado x nevado;
2.
Escolher
bem as aves intensas;
O uso repetido de nevado x nevado terá as seguintes
consequências:
1.
Alargamento
da plumagem.
2.
Flexibilidade
da plumagem
3.
Perca
de intensidade de cor
4.
Aumento
dos flancos (sub-plumagem)
A aparência geral desta ave será um gloster com plumagem
suave, pouca cor e sobrancelhas excessivamente grandes. Quando se agarra um
pássaro destes sentimos apenas um monte de penas, sem estrutura óssea e sem firmeza.
Estes pássaros são inúteis quer para criação quer para exposição.
O que pretendemos é um gloster atarracado que mostre redondez
e amplitude visto de qualquer ângulo, a cabeça bem redonda, ampla, as
sobrancelhas bem pronunciadas. Bem cheio por baixo do bico, com um peito bem
redondo e amplo. A cauda curta, estreita em forma de tubo com a mesma
inclinação das costas, com as asas bem fechadas terminando sobre a cauda. A
corona deve ser bem redonda, cheia, com boa queda e com um ponto central, o
mais pequeno possível e aderente à nuca.
Para conhecermos bem um gloster este deve ser agarrado para
sentirmos se a plumagem é sedosa. Aquando dos acasalamentos utilizamos dois dos
nossos sentidos, o olhar e o tacto, mas nos julgamentos apenas nos baseamos no
olhar. Por esse motivo, é importante utilizar o tacto na escolha dos casais.
A escolha de um gloster intenso para melhor o nosso plantel
pode revelar-se uma experiência desalentadora devido aos numerosos pontos a ter
em conta:
1.
Onde
comprar o pássaro?
2.
Comprar
consort ou corona?
3.
Escolher
macho ou fêmea?
4.
A
intensidade de cor é mais importante que o tipo ou vice versa?
5.
Escolher
um todo verde ou variegado?
6.
O
tamanho do pássaro é importante, especialmente se estivermos a falar de um
macho?
Tentaremos, responder a estas questões uma a uma.
1.Quando comprar um gloster intenso,
tenha sempre em mete que o objectivo é melhorar o plantel de nevados. Todos os
criadores têm nos seus planteis um ou dois gloster com a plumagem demasiado
pesadas. Estes gloster tem uma corona grande, sobrancelhas demasiado grandes,
uma nuca demasiado forte, uma cauda grande, plumagem em torno das patas, uma
cor diluída comparada com outros exemplares, e quando agarramos neles a
plumagem é demasiado mole e de fraca qualidade. No caso de existirem muitos
destes exemplares no plantel com um destes problemas deve-se tentar corrigir
esse problema. Se a percentagem for demasiado elevado deverão ser tomadas
medidas drásticas, ou seja devem ser retirados do plantel. São necessários
apenas dois ou três desses exemplares pois podem ser úteis para trabalhar e
conseguir aquilo que é a essência do gloster em termos de tipo e qualidade
necessária para obter bons resultados nas exposições.
Uma das regras mais importantes quando se utilizam intensos,
é juntá-lo ao melhor dos nossos glosters. Não podemos olhar apenas para o tipo,
mas também para aquele pássaro cuja plumagem possa ser melhorada. Não se pode
pensar que a introdução da plumagem intensa pode remediar imediatamente o uso
repetido de acasalamentos nevado x nevado durante vários anos, isto não é
possível, é necessário tempo e paciência.
Quando compramos um intenso, observe em primeiro lugar a
plumagem e cor das aves “nevadas”. Estes deverão ter uma plumagem clara, uma
boa intensidade de cor e ser do tipo que se destaca nas exposições. Se o
criador lhe der oportunidade de escolher, escolha sempre o melhor.
Os intensos devem mostrar uma boa intensidade de cor, uma
plumagem apertada e a cauda em forma de tubo. As asas devem ter um bom
comprimento, bem juntas e sobrepostas sobre a cauda. As sobrancelhas não devem
ser demasiado marcadas, a corona deve ter um bom centro e uma boa queda. A nuca
não será demasiado larga quando comparada com um nevado
Não podem e não devem comprar-se intensos para ganhar exposições, já que por
vezes, as aves vencedoras não possuem o tipo e qualidade que se busca para
melhorar a plumagem nevada. Efectivamente, alguns nevados resultantes de
intesos são mais úteis do que alguns intensos puros que apresentam muitos
flancos e cuja plumagem não esta apertada. O intenso que escolhermos deve
descender de uma boa linha de nevados com as características já descritas.
Recorde-se que o intensos deve ser uma ferramenta para a criação.
2. Devemos comprar corona ou consort?
Este ponto não é importante, depende dos nossos próprios pássaros. As
características que devemos estar atentos são a cor, plumagem apertada e
naturalmente as restantes aspectos gerais.
3. Macho ou fêmea? Tal como o ponto
anterior este não será o mais importante, embora um macho nos dê mais
oportunidades futuras.
4. Temos preferência por pássaros verdes
puros ou com pequenas manchas, em vez dos variegados pela razão de o verde ser
a cor natural que deverá ser usada com as restantes cores. O gloster intenso
verde puro deve ser usado como uma forma de melhorar a intensidade de cor das aves de cor clara ou variegados.
5. Inicialmente, ao introduzir um
intenso num plantel que esteve várias gerações sem a existência deste tipo de
plumagem, a cor e o tipo de plumagem é mais importante que o fenótipo, mas o
mais importante ainda é a genética do pássaro.
6. Os machos intensos que se devem
comprar, devem ser ricos em cor, ter uma plumagem apertada, sem nevadura em
torno do pescoço ou sobre as costas. Ter patas curtas, asas com um bom tamanho
e com uma cauda estreita. O tamanho das asas dá-nos indicação sobre o tamanho
da plumagem do corpo. As fêmeas são mais pequenas e de melhor tipo que os
machos.
Estas são as regras gerais a seguir para escolher intensos.
Nós preferimos fêmeas consorts intensas resultantes de machos
intensos, acasaladas com os melhores machos. Fruto destes cruzamentos,
resultaram alguns dos nossos melhores coronas.
Artigo escrito por: Mr. Wallace N. e Storey G.
Tradução: Filipe Brito
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
A FORMA NO CANARIO GLOSTER
O peito e o dorso
Em todas as raças a reformulação da perfeição deve-se em certa medida a
uma série de coeficientes ou parâmetros, cuja selecção permite conseguir uma
contínua e importante melhoria.
É por isso que o peito e dorso num gloster são extremamente importantes
na reformulação do standard, determinando uma selecção e melhoria constante.
Sabemos que o peito do gloster deve ser redondo assim como sabemos que o
dorso deve ser ligeiramente bombeado, mas para uma maior clareza é
indispensável que seja inequívoco o que se entende por rotundidade do peito e
por dorso bombeado.
Geralmente a nossa visão do standart é uma visão que propõe, para
simplificar o desenho do canário, um corte de perfil e uma vista de cima. É bem
claro que a rotundidade do peito é determinada por uma linha contínua que partindo imediatamente abaixo do bico se estende de forma arredondada até à
cauda, de igual modo o dorso é também representado por uma linha contínua,
arredondada e convexa que parte do pescoço até à cauda.
Para esclarecer este ponto servir-nos-emos de alguns desenhos e
debruçar-nos-emos a analisar o que se entende por rotundidade do peito e dorso.
Pretende-se, de uma imagem vista de cima, que para não criar equívocos
será de boas características, seccionar a mesma silhueta, procurando modificar
o que se pretende ao seu volume.
Chegados a este ponto podemos concluir que uma visão plana não mostra a
ideia de tridimensionalidade.
O que muda será evidentemente a imagem que ilustramos do canário no
plano.
Aquilo que analisamos nas três figuras - mas é claro que a possibilidade
intermédia é infinita - é um canário com um bom dorso e um peito escasso; um
canário com um bom peito mas com falta de dorso; e um canário bom na
totalidade.
Graças a este desenhos exemplificativos é possível verificar como as
várias secções se modificam e como é fácil para todos intuir qual será o mais
desejável para um gloster.
O juízo de valor que valida um canário não deve limitar-se à sua observação
frontal, mas deve ter em consideração as suas diversas posições para verificar
que a rotundidade converge em todo o seu volume.
É perceptível que a rotundidade é uma característica genética
transmissível, mas não podemos negar que para além desta característica podem
existir outras tais como a graciosidade e posição.
Um canário tranquilo exprime certamente melhor compacteza e, sentindo-se
mais relaxado,assume uma posição de tranquilidade, contrariamente ao canário
intranquilo que se alonga ou assume uma reacção de fuga.
Um canário não é melhor só porque assume uma boa posição, mas certamente
a tranquilidade na gaiola permite-lhe exprimir ao máximo os seus dotes.
A tese evidenciando que para obter um gloster redondo deverá sobretudo
ter muita plumagem não é aceitável, uma boa estrutura física é determinante,
porque permite trabalhar comprimento das penas finas e o excesso de plumagem.
Conclusões
O peito deve ser arredondado e sem proeminências, amplo e largo seja no
sentido horizontal ou vertical, fundindo-se harmoniosamente com o abdómen e
formando uma curva contínua, a qual parte do extremo do bico até às cauda. Visto de cima, a
distância entre omoplatas dever o mais possível semelhante àquela entre o
pescoço e a raiz da cauda. O dorso deve ser cheio e robusto,com asas bem
aderentes e o pescoço deve ser largo e cheio, mas muito curto.
As asas devem fundir-se harmoniosamente com o peito e o pescoço, a fim
de conferir amplitude ao primeiro e suavidade ao segundo.
O gloster ideal deve ser curto e compacto. É sempre preferível um
canário pequeno e a selecção deve ter sempre em consideração a diminuição do
comprimento e a cauda deve ser estreita, compacta e na linha do corpo. Por
isso, o comprimento ideal é de 11,5 cm e a selecção deve privilegiar a sua miniaturização.
Por António Carvalho
Artigo retirado da Revista "O Gloster
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