segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A FORMA NO CANARIO GLOSTER

O peito e o dorso
Em todas as raças a reformulação da perfeição deve-se em certa medida a uma série de coeficientes ou parâmetros, cuja selecção permite conseguir uma contínua e importante melhoria.
É por isso que o peito e dorso num gloster são extremamente importantes na reformulação do standard, determinando uma selecção e melhoria constante.
Sabemos que o peito do gloster deve ser redondo assim como sabemos que o dorso deve ser ligeiramente bombeado, mas para uma maior clareza é indispensável que seja inequívoco o que se entende por rotundidade do peito e por dorso bombeado.
Geralmente a nossa visão do standart é uma visão que propõe, para simplificar o desenho do canário, um corte de perfil e uma vista de cima. É bem claro que a rotundidade do peito é determinada por uma linha contínua que partindo imediatamente abaixo do bico se estende de forma arredondada até à cauda, de igual modo o dorso é também representado por uma linha contínua, arredondada e convexa que parte do pescoço até à cauda.
Para esclarecer este ponto servir-nos-emos de alguns desenhos e debruçar-nos-emos a analisar o que se entende por rotundidade do peito e dorso.
Pretende-se, de uma imagem vista de cima, que para não criar equívocos será de boas características, seccionar a mesma silhueta, procurando modificar o que se pretende ao seu volume.
Chegados a este ponto podemos concluir que uma visão plana não mostra a ideia de tridimensionalidade.
O que muda será evidentemente a imagem que ilustramos do canário no plano.
Aquilo que analisamos nas três figuras - mas é claro que a possibilidade intermédia é infinita - é um canário com um bom dorso e um peito escasso; um canário com um bom peito mas com falta de dorso; e um canário bom na totalidade.
Graças a este desenhos exemplificativos é possível verificar como as várias secções se modificam e como é fácil para todos intuir qual será o mais desejável para um gloster.
O juízo de valor que valida um canário não deve limitar-se à sua observação frontal, mas deve ter em consideração as suas diversas posições para verificar que a rotundidade converge em todo o seu volume.
É perceptível que a rotundidade é uma característica genética transmissível, mas não podemos negar que para além desta característica podem existir outras tais como a graciosidade e posição.
Um canário tranquilo exprime certamente melhor compacteza e, sentindo-se mais relaxado,assume uma posição de tranquilidade, contrariamente ao canário intranquilo que se alonga ou assume uma reacção de fuga.
Um canário não é melhor só porque assume uma boa posição, mas certamente a tranquilidade na gaiola permite-lhe exprimir ao máximo os seus dotes.
A tese evidenciando que para obter um gloster redondo deverá sobretudo ter muita plumagem não é aceitável, uma boa estrutura física é determinante, porque permite trabalhar comprimento das penas finas e o excesso de plumagem.
Conclusões
O peito deve ser arredondado e sem proeminências, amplo e largo seja no sentido horizontal ou vertical, fundindo-se harmoniosamente com o abdómen e formando uma curva contínua, a qual parte do extremo  do bico até às cauda. Visto de cima, a distância entre omoplatas dever o mais possível semelhante àquela entre o pescoço e a raiz da cauda. O dorso deve ser cheio e robusto,com asas bem aderentes e o pescoço deve ser largo e cheio, mas muito curto.
As asas devem fundir-se harmoniosamente com o peito e o pescoço, a fim de conferir amplitude ao primeiro e suavidade ao segundo.

O gloster ideal deve ser curto e compacto. É sempre preferível um canário pequeno e a selecção deve ter sempre em consideração a diminuição do comprimento e a cauda deve ser estreita, compacta e na linha do corpo. Por isso, o comprimento ideal é de 11,5 cm e a selecção deve privilegiar a sua miniaturização.

Por António Carvalho
Artigo retirado da Revista "O Gloster

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