segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

SELECÇÃO DE REPRODUTORES E FORMAÇÃO DOS CASAIS

Um dos pontos mais difíceis na criação de uma qualquer ave chega no momento de seleccionar os reprodutores. Qualquer selecção errónea pode fazer-nos retroceder vários passos atrás na nossa linha de selecção. Esta pode ser uma tarefa que dá muitas dores de cabeça a muitos criadores desta raça e apenas aqueles que verdadeiramente a trabalham podem ter a tarefa mais facilitada no momento de seleccionar, uma vez que quase todos os seus exemplares procedem do seu canaril e por conseguinte sabem, quase de antemão, aquilo que pode resultar de cada exemplar. Para aqueles que ainda não têm uma linha estabilizada (como é o meu caso) acaba por ser um jogo de apostas, mas sempre tendo em conta algumas noções básicas de acasalamento, as quais tentarei explicar.

Um conceito fundamental é, antes de iniciar, saber aquilo que temos, o que queremos e onde queremos chegar com o gloster. Devemos ter uma imagem mental do fenótipo ideal do gloster (extrutura externa do gloster, o que vemos por fora quando observamos um pássaro). Saber que tipo de gloster queremos. Actualmente não existe tanta controvérsia como à escassos anos atrás. Quase todos os criadores tem uma ideia comum do gloster ideal, apesar de haver quem procure mais volume, outros preferem pássaros pequenos, outros que procuram “bolas de ténis”…enfim, cada um tem as suas preferências.

Depois de sabermos aquilo que queremos obter devemos escolher os reprodutores que mais se assemelham e esse fenótipo, e quanto menores forem as falhas nos fenótipos melhor. No caso de existirem falhas em alguma parte do corpo devemos utilizar o método de compensação na escolha do casal, ou seja, que um tenha em virtude aquilo que o outro não tem, e se essa virtude for exagerada melhor ainda. Em genética rege a lei da compensação.

Muitos dirão que não será bem assim, claro que não, existem muitos outros factores a ter em conta, mas este ponto é a base no momento de seleccionar.

Quando nos encontramos perante alguns desses erros no exemplar devemos saber se são hereditários para a descendência ou se pelo contrário não passam geneticamente. Torna-se um pouco difícil de explicar. Existe por exemplo factores como a parte ossea, que pode ser trabalhada atraves da compensação. Uma cabeça pequena pode ser trabalhada com uma grande ou mesmo exagerada para dar cráneos mas ajustados ao nosso ideal. Com o tamanho ocorre algo semelhante. Depois existem outros elementos de selecção como a plumagem. Este é um dos factores imprescindíveis e por sua vez o mais difícil no gloster. A plumagem é o manto que recobre o gloster, o que dá a forma característica a este canario, que o moldea, que o faz parecer maior, mais pequeno, mais volumoso ou mais estreito…muitas coisas.

Trabalhar a plumagem é o factor mais importante e para isso devemos de ter algumas noções claras.

Começaremos sempre por trabalhar com a plumagem base. Esta é a verde, a principal em todas as cores de plumagens, ja que é a mais trabalhada e a que pelos seus elementos, características e textura poderemos introduzir em qualquer cor. Todos os bons criadores de Glosters têm esta cor de plumagem. Existem três categorias tal como todas as aves ornamentais: intenso, nevado, e mosaico (esta última não se dá em todas as raças, já que é devida a uma mutação). Teremos assim dois tipos de pena: pena larga e curta, distinguindo-se cada uma em suave ou dura quanto à textura. À cerca deste assunto poderia-se e deveria-se escrever um livro. De momento apenas serão mencionados alguns conceitos, para que todos possamos asimilar bem (refiro-me aos novatos neste mundo).

Uma vez dito tudo isto tentaremos juntar sempre exemplares compensatórios, ou seja, o que falta a um é compensado pelo outro, conseguido-se assim exemplares intermédios com os quias é possível ir trabalhando ou manter o que de bom conseguimos
Quanto à cor da plumagem, será assunto para outra ocasião, já que é um assunto complicado que poderá baralhar ainda mais os leitores.

De seguida seguem-se exemplos de compensação na selecção de dois casais de reprodutores, pertencendo os exemplares a um magnífico criador da raça, Rene Alssema.

Casal n.º 1 (o macho corresponde à primeira foto)

Casal n.º 2 (o macho corresponde à primeria foto)


Artigo retirado do site http://burillo.skyrock.com/

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