segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ENTREVISTA AO CRIADOR JOAQUIM LOPES

Apesar de já ter a algum tempo a entrevista preparada para ser publicada, esta acaba por ser uma excelente altura para publica-la uma vez que no último fim de semana tive oportunidade de conhecer este senhor pessoalmente na 6º Exposição de postura em Valongo. A qualidade dos seus pássaros não deixa dúvidas e também por isso este senhor acabou por ser um dos grandes vencedores da exposição, com muitas das suas aves premiadas. Sem mais rodeios, o senhor de quem falo é JOAQUIM LOPES. Numa entrevista muito elucidativa o sr. Joaquim partilha connosco parte da sua experiência, deixando informação útil para que todos possamos tirar proveito.

O meu muito obrigado ao sr. Joaquim Lopes e o desejo de muito sucesso para a restante época de exposições

Nome: Joaquim Manuel Abreu Duarte Lopes

Cidade: Sernadelo/Mealhada

Contactos: Email: jmadlopes@gmail.com

Telm: 00351 966255122

1. Como começou este gosto pela Canaricultura?

Antes de mais, o gosto pela ornitofilia começou bem cedo por volta dos 14 anos de idade. Pela canaricultura e nomeadamente nos Glosters acerca de 20 anos. Mas por esta altura tinha apenas 2/3 casais, por gostar das coroas, porque dedicava-me exclusivamente aos exóticos. A partir de 2005 aumentei o número de casais de Glosters para 20 e em 2006 por circunstâncias da vida tive que optar entre os exóticos e os canários e fiquei com estes últimos, num total de 25 casais. Em 2007 estabeleci a número de 300 crias como meta, aumentei substancialmente os casais e criei com 70 casais. Este ano reduzi nos casais (52), mas mantive a mesma meta a atingir.


2. Qual ou quais foram as tuas maiores dificuldades quando iniciaste?

As maiores dificuldades foram conseguir exemplares de qualidade em quantidades suficiente que permitisse desenvolver um trabalho sustentado, o que me levava a recorrer frequentemente ao estrangeiro à procura de bons exemplares, despendendo bastante dinheiro, porque em Portugal não era possível conseguir;

Falta de informação e de ajuda de outros criadores;

Dificuldade em obter os glosters correctos para efectuar os acasalamentos;

Dificuldades em conseguir que os melhores exemplares reproduzissem com sucesso.


3. Qual foi a raça com que começaste este hobby?

Iniciei nos exóticos, nomeadamente nos mandarins. Criei quase todos os exóticos australianos e alguns africanos. (Anilhava cerca de 700 aves). Nos Canários iniciei com os Glosters, porque era a raça que mais gostava nos canários.


4. Quais são as variedades que neste momento crias?

Actualmente crio: Glosters, Norwichs, Pintassilgos Major, Cardinalitos da Venezuela e canários de Moçambique, estas duas últimas raças em pequeno número.


5. Actualmente quantos casais de canários tens?

No todo, 98 casais. Este ano reduzi bastante nos Glosters e criei com apenas 52 casais.


6. Qual ou quais as raças que mais te fascinam e porquê?

Em termos de canários é o Gloster pela paixão que nutro por esta raça, pelo desafio em conseguir criar bons exemplares em quantidade e qualidade superior.

Os Pintassilgos Major pela sua beleza, grandeza, canto e fascínio de os criar em cativeiro.


7. Usas nos acasalamentos casal certos, ou utilizas um macho para várias fêmeas? Se sim quantas fêmeas metes ao mesmo macho?

Depende. Normalmente são casais certos, até porque actualmente por motivos profissionais, não disponho de tanto tempo como tive a uns anos atrás, para poder rodar os machos. Mas, para os machos com determinadas características que procuro trabalhar, posso utilizar 2, 3 ou mais fêmeas. Já tive ocasiões que um macho acasalou com 7 fêmeas.


8. Qual o teu método de selecção de casais? Guias-te pelo aspecto exterior da ave, pelas suas características visíveis (fenótipo) ou recorres à genética (saber quem foi o pai, mãe, avós…)?

1º - Sei a genética de todos os meus pássaros desde 1996. É um aspecto muito importante que devemos ter sempre em consideração.

2º - As características visíveis (fenótipo) é que me fazem efectuar sempre a escolha de acordo com o objectivo que pretendo, sem nunca descurar a sua genética.


9. Qual a mistura base que utilizas neste momento?

Utilizo a Premium da Versele-Laga;

e Germinado.


10. Manténs essa mistura todo o ano ou varias de acordo com a época?

Mantenho todo o ano, em situação de criação aumento o germinado. Em situação de repouso junto alpista e perilha à mistura.

11. Que tipo de papa(s) utilizas? Como é administrada? Dias em que dás a papa?

Papa Orlux + Papa seca misturada equitativamente, diariamente logo pela manhã.


12. Vitaminas e outros aditivos alimentares, mistura-los na papa ou na água?

Algumas são misturadas na papa e outras na água, dependendo do tipo ou fim a obter, mas preferencialmente na papa, porque tenho muitos bebedouros a funcionar. ;)


13. Qual ou quais as marcas que gostas de usar?

Uso bastantes dependendo dos produtos que considero melhor mas no grosso modo são:

Versele Laga;

Ornicare.

14. Qual o tratamento preventivo que utilizas para os reprodutores?

Desparasitante Interno; ESB, 30%; Água com vinagre de maçã.


15. Para os parasitas, nomeadamente o piolho, o que utilizas?

Uso Frontline ou Ivomec (1 gota na nuca).


16. Em que altura nomeadamente acasalas os canários? E desde quando tens os machos separados?

A seguir à muda os meus machos estão separados das fêmeas e em voadeiras. Normalmente gosto de acasalar os Glosters em Dezembro, agora depende muita das condições climatéricas. Para iniciar a criação, separo os machos individualmente e quando estiverem prontos junto as fêmeas.


17. Quantas posturas permites numa época de criação?

Normalmente 3 ou 4 mas tudo depende dos casais, posso ir mais além disso.


18. Normalmente separas os filhotes com quantos dias?

A separação é feita aos 30 dias.


19. Algum tratamento específico para acompanhar as crias no desmame?

Sim qualquer produto que acelere o processo de muda. (EX: Oropharma B-Chol ou Muta-Vit ou Feather-Up da Ornicare).

20. No último ano qual a média de crias que tiveste no final da época de cria?

Nos últimos 5 anos crio cerca de 300 glosters por época.


21.
Como fazes a preparação das aves para as Exposições, isolas as aves individualmente, tens espaço para tal?

Tenho 44 gaiolas de separação. Assim que a ave é considerada com qualidade para ir para as exposições, é separada individualmente. Assim, todos os melhores exemplares são devidamente separados um por cada gaiola desde logo para evitar qualquer contratempo. Banho pelo menos 1 vez por semana e idas regulares às gaiolas de exposição são procedimentos que desenvolvo.

22. Participas normalmente em que exposições?

Normalmente participo sempre nos dois 1Dayshows (Freamunde/Mealhada e Além Tejo) que têm sido organizados. Na exposição anual da Associação Ornitófila da Cidade de Aveiro a que pertenço; No Nacional de Glosters do GCP; Em Réggio Emilia/Itália, por vezes vou ao Nacional da FNOP/FOCIP e ao mundial, se este não se realizar muito longe. (Porque gosto de lá fazer uma visita!)


23. Quais os teus objectivos na canaricultura?

Os meus objectivos foram concretizando-se aos poucos. Um dos objectivos que sempre tive passava por ter a maioria dos glosters do meu plantel criados por mim. Em termos de exposições, fui campeão em Glosters Coronas Individual no Nacional da COM em Leira em 2004. Fui campeão (Best of the Show) em 2008 no GCP. Tenho conseguido todos os anos ter glosters bem classificados nos 1DayShows em que participo, assim como no GCP (ainda no anos passado tive 3 glosters no pódio Best Verde TPE, Best Canela e Best Intenso) e os 16 glosters que levei a concurso ficaram todos dentro dos sete primeiros das respectivas classes. Sei que ano após ano, há cada vez mais criadores com excelentes Glosters, o que valoriza ainda mais qualquer prémio que se consiga.

Particularmente, o que pretendo no inicio de cada criação é criar os glosters que gosto e que possa ir às exposições e não ficar envergonhado com os que exponho.

Actualmente passa por criar 300 glosters por época e obter cerca de 10 glosters considerados “Outstanding”. Daqueles que têm lugar em qualquer plantel e que ninguém te vende.


24. Que características tem o teu canaril? (breve descrição)

O meu canaril para os canários é bastante grande com cerca de 84 m2. Tem tudo o que preciso e todas as condições necessárias para a criação: 98 gaiolas de criação e 10 voadeiras.


25. Qual o país que consideras mais avançado actualmente a nível da canaricultura nomeadamente a nível de canários de cor, porte e canto?

Quanto aos canários de cor e canto, não faço a mínima ideia. Nos Glosters (e naquilo que conheço e tenho visto porque desloco-me regularmente ao estrangeiro) penso que actualmente ainda são os belgas, se bem que, os Italianos não estarem muito longe, mas não é fácil manter sempre o nível alto durante muitos anos seguidos. Os Ingleses já têm os Glosters mais pequenos e rapidamente vão voltar ao topo.

Mas, o que é importante assinalar é que também aqui em Portugal temos uma palavra a dizer. Há já criadores ao nível que encontramos nesses referidos países. Tem-se verificado nas últimas exposições, os glosters – tabelados muito por cima – e apenas os pormenores e/ou os gostos dos juízes fazem a diferença. O problema é que o criador nacional ainda tem um espírito muito individualista e não trabalha em grupo como a grande maioria dos bons criadores estrangeiros que conheço. E isso, ao mais alto nível faz toda a diferença. Os que conseguirem esse trabalho de grupo têm a vida facilitada.

Questões exclusivas para criadores de glosters

26. Qual a cor no gloster que mais aprecias?

Os Verdes (TPE).

27. Quistos? Que criador de glosters nunca os teve!! Um problema que lidas facilmente ou um problema?

Aparecem sobretudo em aves mais velhas (3/4 anos). Mas devidamente tratados secam rapidamente. Nos novos raramente me ocorre essa situação.

28. Tens intensos no plantel? Consideras os intensos uma ferramenta importante para melhorar a plumagem, ou conjugas diferentes tipos de pena nevada?

Tenho bastantes intensos. São aves que utilizo com regularidade até porque no meu plantel só fica quem tem boa cor (que é uma das características dos meus glosters). São boas aves para trabalhar.

29. Em relação aos canelas, usas-o com alguma finalidade em especial?

Não os uso muito. Tenho 3/4 fêmeas canelas para fazer portadores mas trabalho essencialmente com machos portadores nunca com puros.

30. Em qual destes parâmetros julgas ser mais complicado atingir a perfeição? Tamanho, plumagem, coroa ou corpo.

Corpo. (e conciliar todas estas características ao mesmo tempo em vários exemplares!!!ehhehe)

31. A base do teu plantel resulta unicamente de aves adquiridas a criadores portugueses, ou já recorreu a aves de criadores estrangeiros?

Já recorri várias vezes a criadores estrangeiros. No início, os primeiros glosters estrangeiros vieram da Bélgica, mas em número reduzido (não eram mais do que 2 casais por ano). Posteriormente, da Inglaterra, aí sim em número significativo e que me ajudou bastante na melhoria do meu plantel. Há cerca de 5 anos, o meu plantel é constituído por 98% de glosters criados por mim. Quando preciso, não tenho pejo em recorrer aos criadores nacionais, até porque como referi anteriormente, a qualidade das nossas aves em nada fica a dever à dos estrangeiros, antes pelo contrário. Nós muitas vezes não valorizamos o que temos por cá e perdemos também muito por não sermos muito conhecidos além-fronteiras.

32. Em Portugal daquilo que conheces com qual de identificas mais? E a nível internacional. Podes referir criadores que já desistiram do hobbie ou que tenham morrido.

Em Portugal, existem vários criadores com os quais eu me identifico, sobretudo pela quantidade de glosters com qualidade que estes criadores apresentam. Pela proximidade e pela amizade criada há muito anos bem antes dos Glosters, o meu amigo Vítor Dias, assim como o Hélder Rocha e o Manuel António. Mas podia falar de muito outros, como o Fernando Silva, Augusto Teixeira, Daniel Lourenço, Mário Castro, Patrick Barros, Joel Cordeiro e muito mais outros….

A nível internacional, O Kris Claes (ainda hoje tenho na memória a equipa de coronas buff e 1 macho corona buff que ganhou no Mundial de 2001 em Santa Maria da Feira). Para mim foi o Pélé dos glosters….

O Rob Wright que tive e tenho o prazer de privar com ele e que me auxiliou bastante, O Barrie Alexander e o Mark de Keyser.

33. Há algum conselho que queira deixar para quem inicia este hobby nomeadamente a nível da construção do canaril, da aquisição de material (gaiolas) e de pássaros?

O que posso dizer aos que iniciam é que sem trabalho nada se consegue e a persistência deve estar sempre presente. Procurar as características que pretendam obter nos seus glosters e trabalha-las individualmente, passo a passo.

Terem alguém que os possa ajudar e aconselhar (ai se ajuda) e tentar obter sempre os melhores resultados apesar de muitas vezes os contratempos serem mais dos que bons resultados. Tentar adquirir os melhores glosters que conjuguem com os que já possuem.

Participarem em exposições para assistirem aos julgamentos e conhecerem os criadores e as suas aves.

Quanto ao nível do canaril e gaiolas, tentem sempre fornecer as melhores condições às suas aves.




sexta-feira, 14 de outubro de 2011

GLOSTERS E SUAS CLASSES

Olá a todos, por vezes uma das dificuldades dos iniciantes é saber distinguir as diferentes classes de glosters. Para ajudar deixo um poster feito por um criador espanhol. Apesar de não estar em Português dá para perceber.

Carreguem na imagem para ampliar, e ao guardar depois conseguem ler facilmente.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

UTILIZAÇÃO DE INTENSOS NO GLOSTER

O gloster intenso, é ainda um tipo de gloster pouco popular entre os criadores desta raça. Tal facto também se faz notar nas exposições. A explicação está na simples razão que intensos bons há poucos. No entanto noutras raças o intenso está é mais visualizado.

Em muitos artigos e comentários ouve-se constantmente a teoria de que o intenso é muito importante para manter uma boa estrutura e qualidade da pena, mas raramente se ouve falar de como deve ser um bom intenso.

Pois bem, a realidade, é que o gloster intenso não tem um papel assim tão decisivo entre os grandes criadores de glosters da Europa, pois como eles mesmo referem não utilizam nenhum ou poucas vezes o utilizam.

De todas as maneiras, há criadores de glosters que pensam que o intenso é capaz de corrigir ou melhorar a plumagem dos nevados. Quando a plumagem dos nevados chega ao seu limite, estes revelam vários problemas na estrutura da plumagem, e não há nenhum intenso que possa corrigir esses defeitos, e mais, a descendência será geneticamente portadora desses problemas ou defeitos na estrutura da plumagem, pelo que não adiantamos nada.

Se temos intenção de criar com intensos, antes de mais devemos de ter bons intensos de plumagem longa mas muito bem aderida ao corpo e sem proeminências em todo o seu contorno. Apesar de serem difíceis de encontrar, porque existem poucos, este intenso deverá utilizar-se naqueles nevados que ainda possuem boa qualidade na estrutura da plumagem, nunca se devem utilizar quando a plumagem já possui muitos defeitos, por isso é preciso ter bons olhos para saber quando é o momento e, nestes casos, ou se tem a certeza ou o melhor é não introduzir o intenso. Também não nos podemos esquecer que com os intensos é um bocado imprevísivel o que pode dar.

Também neste grupo são conhecidos vários tipos com coloração e qualidade de plumagem distinta. Vou tentar explicar de forma simples para que se possa entender. Há o verde intenso escuro quase negro de plumagem curta e áspera ou forte com muito pouco volume e sem nenhuma suavidade e que nunca dará bons coronas. Há ainda intensso com coloração mais clara, plumagem mais longa e suave com boas coranas. Nestes quase sempre se vêm os mesmos defeitos que mostram os fracos nevados, como por exemplo flancos, cornichos no pescoço e os bigodes por baixo dos olhos.

Também existem intensos com colaração ainda mais suave, que se encontram entre o intenso e o nevado, mas cuidado para não o confundirmos com um nevado com boa intensidade de plumagem.

Da mesma forma nos nevados, na hora de seleccionar os reprodutores existem certas normas que devemos ter em conta, e ter um bom olho no momento de seleccionar a claridade e intensidade que mostram na estrutura da plumagem para termos bons resultados.

Os melhores criadores da Europa são uns verdadeiros artistas porque seleccionam o seu plantel pelo fenótipo e, muito importante, pelos caracteres bons e plumagem que nos é dado pelo genótipo e sempre com um olho nas gerações passadas no mínimo três gerações. Em Inglaterra usam vários intensos, uns para dar intensidade de cor e outros para o fenótipo. Para o fenótipo eu prefitro as fêmeas com boa plumagem e cor. Em 2002 Barry Alexander que é um apaixonado dos intensos, de 50 casaias utilizou 20 com intensos e o resultado foram coroas curtas e ovaladas, por isso, a decisão de utilizar intensos é sempre complicada.

Por fim termino, e como se pode concluir, criar com intensos não é tão fácil assim como parece.

Texto escrito por Julian Martín Garcia e traduzido por Filipe Brito

sábado, 8 de outubro de 2011

ALGUNS CORONAS 2011

Olá a todos...
Hoje tirei fotos a alguns coronas. Não sei porque mas os coronas estão atrasados na muda quando comparados aos consorts. Muitos deles ainda têm canos de penas na corona.
Se assim continuar vai ser complicado entrar com coronas nas exposições, pelo menos nestas mais próximas que se avisinham... A verdade é que o facto de ter tido maior número de crias consorts me dá uma maior opção de escolha relativamente aos coronas.
Ficam para já 3 passarinhos para darem a vossa opinião.

Macho Buff Corona 2011


Macho Corona TPE
Fêmea TPE Corona 2011
Este é para mim um dos melhores que tenho. tem um desenho que gosto bastante. mas ainda não tem a coroa perfeita.


sábado, 1 de outubro de 2011

Olá.
Como prometido cá estão as primeiras fotos das promessas de 2011 nas gaiolas de exposição.
Para já ficam algumas fotos de uns consorts mais adiantados na muda.

Macho TPE

Fêmea TPE

Macho buff

Esta fêmea tem uns bigodes do lado direito... no entanto acho que vou guardá-la para reprodutora porque me parece ter um desenho bonito e que me pode ajudar a trabalhar as costas dos glosters do meu plantel
Fêmea Canela


Fêmea Buff
Macho TPE
Macho Buff
Macho TPE
Fêmea TPE
Para quem gosta mais de vídeos também se arranja.