sábado, 31 de julho de 2010

A EVOLUÇÃO DO GLOSTER EM PORTUGAL

Nos últimos anos o tamanho do gloster tornou-se para os criadores e juízes um tema de discussão.

Durante anos verificou-se um aumento progressivo no tamanho deste simpático canário, provocando severas críticas do país de origem, a Inglaterra, mas fazendo ouvidos moucos, os criadores continuavam à procura de um corpo bem redondo em detrimento do tamanho exigível e, com a passividade de alguns juízes (cruzando com Norwich e Crest para aumentar não só a referida rotundidade mas também o volume da cabeça / poupa) prejudicando inevitavelmente o tamanho e a agilidade deste maravilhoso canário, ocasionando nesta raça salvo raras excepções uma posição na gaiola quase estática.

Em todas as reuniões e congressos de juízes procura-se pôr em prática os critérios de julgamentos, exigindo aos avaliadores para serem severos na penalização da rubrica “tamanho 20 pontos” (reunião da O.MJ. em 2006 que teve lugar em Pailasean – França).

O responsável da representação inglesa em face da forma e tamanho estar a degenerar-se, estabeleceu que fosse reduzido para 11 cms o comprimento da ave de modo a conduzir o Gloster às suas características tradicionais. Devo aqui salientar que a proposta de alteração de 15 para 20 pontos foi apresentada pela representação portuguesa (Carlos Almeida Lima e Vítor Couto) aprovada por unanimidade pelos países presentes.

Em face do atrás citado vários países e um elevado número de criadores enviaram aos respectivos clubes temáticos propostas sugerindo a aplicação desta regra no que diz respeito ao excessivo aumento de tamanho desta raça e sugerindo aos juízes classificadores para o seu cumprimento, sendo mais exigentes nos julgamentos, procurando premiar os exemplares mais pequenos.

É necessário e urgente tornar a dar ao gloster a sua elegância, vivacidade e agilidade de movimentos, recuperar a sua forma e reconduzi-lo à tipicidade original da raça, eliminando características introduzidas (intrusas) que são património genético de outras raças.

Isto como deverá ser entendido, não é fácil, mas sim uma tarefa árdua, difícil e morosa, que deverá envolver todos os criadores e juízes nesta campanha que é a redução do tamanho do Gloster que exige inevitavelmente a selecção rigorosa dos reprodutores com o corpo e plumagens mais curtas, que nos conduzirá no futuro a trazer óptimas compensações (resultados do Mundial 2010).

Assim criadores e juízes, deixemo-nos de arranjar falsos argumentos, desculpas, etc, e como todos estamos a percorrer a mesma estrada, temos por obrigação e o dever de dar aos nossos glosters a verdadeira “forma” e “tamanho” que na realidade lhe dizem respeito.

O G.C.P. com perseverança, seriedade e competência provou que a sua acção ao longo dos anos, a todos os títulos espectaculares, que os clubes temáticos têm uma grande importância no desenvolvimeto técnico na criação e desenvolvimento de uma raça.

Tudo isto finalizou com os esperados resultados obtidos no Mundial 2010 de Matosinhos.

Provamos que estamos em pé de igualdade com os melhores exemplares de Gloster do mundo, o que deixa este clube e criadores orgulhosos, recompensa a todos os amantes deste maravilhoso canário os títulos alcançados.

Carlos almeida Lima

Juiz CNJ / OMJ

Retirado da revista O gloster semestral Março 2010 n.º 9




1 comentário:

  1. Parabéns pela publicação do artigo. Muito bom. Vejo aqui algumas caras minhas conhecidas.

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